Futebol feminino do Palmeiras: Muitos acertos e erros importantes


   O futebol feminino do Verdão fez sua estreia nesse ano de 2019 e os resultados foram ótimos. Nesse primeiro ano o Palmeiras disputou a Série A2 do Campeonato Brasileiro e chegou até a semifinal, garantindo assim uma vaga para a Série A1 na próxima temporada. Além do torneio nacional, o Verdão está ainda na disputa do Campeonato Paulista, com uma boa campanha está agora no quadrangular da segunda fase e vivo na briga para avançar para a fase seguinte.

Resultado de imagem para palmeiras feminino carla nunes imagens    Os bons resultados vieram acompanhados da descoberta de ótimas jogadoras, ainda desconhecidas do grande público, sendo o principal destaque a nossa centroavante Carla Nunes. Ela tem 28 anos e jogou em clubes como São Paulo, Portuguesa, Audax e estava no B3 Amazônia antes de chegar ao Verdão, ela tem nada menos do que 18 gols em 21 jogos em 2019 pelo Palmeiras, uma média de quase 1 gol por partida. Claramente, o desconhecimento da existência de uma jogadora desse calibre é um exemplo da desvalorização do futebol feminino no Brasil e também em boa parte do mundo, existindo raras exceções.

   Além do time profissional, também houve a formação de um time sub-18, que também teve uma boa participação no campeonato nacional da categoria, mas caiu na primeira fase em um grupo com Fluminense, Bahia e Minas Icesp, no qual se classificava apenas o primeiro colocado, que foi o clube carioca.

   Apesar da boa temporada do futebol feminino palestrino, há de se apontar erros importantes, sobretudo da diretoria. Um primeiro ponto, é a forma de constituição do futebol feminino, que ao invés de ser integrado diretamente ao clube, tal qual o masculino e a base, foi formado a partir da “compra” de um clube já existente na cidade de Vinhedo e colocando a camisa do Palmeiras lá. A formação do futebol feminino assim, ainda é o menor dos problemas, além disso as jogadoras do Verdão mandam seus jogos em Vinhedo (a 70Km da capital), ou seja, estão longe da massa de torcedores do Verdão, mesmo nos jogos mais importantes, como na semifinal contra o São Paulo, o jogo não foi levado para a capital, menos ainda se cogitou a possibilidade do jogo ser sediado no Allianz Parque, para que o time feminino pudesse ter a massa de torcedores e a atmosfera de estádio cheio em jogo decisivo tal qual o futebol masculino.

   Além da proximidade física, o Palmeiras pouco se preocupou em divulgar os jogos do time feminino ao longo da temporada nas suas mídias sociais e muito menos se esforçou para que houvesse transmissões desses jogos para sua torcida. Com raros jogos sendo transmitidos pela TV Palmeiras, a torcida basicamente ficava sabendo dos resultados após o jogo, sem a possibilidade de acompanhar ao vivo seu time, mesmo a possibilidade de transmissão via TV Palmeiras ser totalmente possível e depender apenas da vontade do clube.

   Outro ponto negativo a ser destacado é em relação ao comando técnico do time feminino. A técnica Ana Lucia Gonçalves foi demitida imediatamente após a classificação do Verdão para as semifinais do campeonato brasileiro, classificação essa que garantiu o Verdão na séria A1 em 2020, o time estava invicto na competição e iria forte para a próxima fase e a sequência do campeonato paulista. A demissão da técnica do Verdão foi feita sem grandes explicações e aparenta até algum descaso com o time feminino, sobretudo pelo momento positivo do time na temporada. O futebol feminino não pode ser administrado com velhas práticas nocivas como a troca aleatória de técnicos, isso dificulta a consolidação da modalidade.

   O futebol feminino palestrino apresenta grandes possibilidade de sucesso, com o Verdão disputando no próximo ano o título da séria A1 contra times femininos consolidados como Santos e Corinthians. Além disso, ventila-se que com a renovação da seleção brasileira feminina, com a chegada da técnica sueca Pia Sundhage à seleção, deve haver chances para jogadoras do Verdão na seleção brasileira, entre elas a artilheira Carla Nunes. O Verdão feminino tem tudo para deslanchar mas a diretoria precisa tratar a modalidade com respeito e atenção, concedendo estrutura e a possibilidade de que o time feminino esteja conectado com a massa de torcedores, seja presencialmente ou via transmissões.

Comentários

Lohana disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Lohana disse…
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Lohana disse…
Infelizmente o descaso com o futebol feminino não é exclusividade do Palmeiras, mas acredito que isso vai mudar daqui pra frente. A Copa do Mundo feminina teve muito mais destaque esse ano e acho que a tendência é que os campeonatos nacionais femininos também tenham. E parabéns para o time feminino do Palmeiras que conseguiu se classificar para a série A1!