Na última sexta-feira, 06 de
dezembro de 2019, Fernando Prass anunciou que não teria seu contrato renovado
pela diretoria do Palmeiras. Ele ainda disse que estava saindo do clube da
forma que não queria. E me arrisco a dizer que tirando essa diretoria omissa e incompetente
ninguém queria esse desfecho.
Prass chegou ao Palmeiras em
dezembro de 2012, menos de um mês após o Palmeiras ter caído para a segunda
divisão. Apesar de Prass ter chegado ao Verdão em um momento no qual estávamos no
purgatório com relação a goleiros, ter um goleiro que não fosse formado na
Academia Palestrina de goleiros causava desconfiança. Não se vislumbrava que estava chegando um candidato a ídolo.
Depois da bonança com Velloso,
Marcos, Sérgio e Diego Cavallieri, sofremos dias terríveis com Bruno, Deola e
Fábio. Para se fazer justiça, Bruno apesar das suas limitações fez uma Copa do
Brasil em 2012 impecável e merece o reconhecimento por isso, mas suas boas
atuações depois disso não passaram de lampejos.
Prass se firmou facilmente na
meta palestrina na primeira temporada e suas lesões em 2013 e 2014 foram
absurdamente sentidas. Talvez o ano de 2014 terminasse de forma catastrófica se
não fosse seu retorno. Em suma, Prass chegou durante as vacas magras e roeu o
osso e começou a construir sua história na meta palestrina.
Em 2015 começaram as glórias. No
primeiro ano da nossa nova era, Prass foi o símbolo daquele time. Em uma Copa
do Brasil difícil, ele fez a diferença tanto durante o jogo quanto nas
cobranças de pênaltis na semifinal e final. Sem contar o pênalti batido que
selou o tricampeonato da Copa do Brasil.
Não sem motivos, Prass foi
convocado para as Olímpiadas em 2016. Não fosse mais uma contusão seria ele o
goleiro titular do ouro olímpico. E devemos dar os devidos créditos ao Prass no
Brasileiro de 2016, no qual fez ótimo primeiro turno e só não foi titular no
segundo devido à lesão. A má fase em 2017 acompanhou o ostracismo do time
naquele ano e a reserva a partir de 2018 era natural com a chegada do Weverton
e a passagem pelos 40 anos.
Mas apesar da idade, Prass se
manteve em forma e fez ótimas partidas quando foi chamado. Manifestou a todo
momento o desejo de renovar com o Palmeiras. Renovação essa mais do que
merecida. Além de uma grande festa no Allianz quando decidisse pela
aposentadoria.
Mas a atual diretoria do Palmeiras
não tem compromisso com seus ídolos. Baixa a cabeça frente a qualquer oponente
e trata com descaso quem importa. Se ajoelha a frente dos representantes do
fascismo no Brasil, enquanto alija do estádio aqueles que não tem condições de
arcar com ingressos exorbitantes.
Prass merecia mais, aquele
mosaico na final da Copa do Brasil em 2015 não foi à toa. Jogadores normais vem
e vão, jogam e vão embora, mas poucos se identificam de forma genuína com o
clube, sem forçar a barra, sem desrespeitar gratuitamente adversários para
ganhar mídia. Há jogadores nesse elenco que não tem 1% do caráter do Prass.
Espero que ele tenha um fim de
carreira digno em uma equipe que o respeite. Infelizmente tiraram do Prass e
dos torcedores palestrinos um final como o Prass imaginava.
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