Gostaria de nessas linhas que seguem romantizar a história dessa final de Copinha, poderia dizer com brilho nos olhos que a bola que o Giovani chuta faz o arco tal qual fez um arco aquela bola do Alex no antigo Palestra Itália na semifinal da Libertadores de 99.
Mas ganhar torneios nas categorias de base não é uma novidade para o Palmeiras nos últimos anos, especialmente na categoria sub-20, a categoria que joga a Copinha. Afinal, não fiz textos sobre os últimos 5 Campeonatos Paulista, o Brasileirão de 2018 ou da Copa do Brasil de 2019, todos vencidos pelo alviverde, talvez fosse até injusto valorizar apenas aquele torneio de base que possui mais cobertura da mídia.
Contudo, poderia dizer ainda como o quarto gol marcado por Gabriel Silva se assemelha ao gol de Dudu na reta final do Brasileiro de 2016. Mas a Copinha não tem qualquer serventia enquanto torneio, a verdadeira taça é essa fila de jogadores que clamam com futebol dentro de campo por chances no profissional. Para quem ganhou 2 Libertadores com 6 jogadores oriundos da base atuando de forma decisiva, essa nova geração de jogadores figura quase como um sonho e se mostra capaz de encorpar ainda mais um elenco profissional já recheado de jogadores formados dentro de casa.
No elenco sub-20 atual, para além do nosso extraterrestre de 15 anos, temos tranquilamente jogadores capazes de compor o elenco profissional em todas as posições, com destaque especial para Garcia (lateral-direito), Giovani (ponta direita) e Jhonatan (meio-campo), sem contar Michel (estava lesionado durante a Copinha) que vem a ser o melhor zagueiro desse time. Vale ressaltar que esses são só exemplos, é certo e claro, que a ampla maioria desse sub-20 terá uma carreira profissional, talvez não no Palmeiras, mas no mínimo em times de série B, talvez Cruzeiro, que esse mês contratou Gabriel Dias, cria do Verdão da Copinha de 2013.
Mas vale uma ressalva, não posso julgar aqueles que sob sol escaldante cantaram e vibraram para apoiar as Crias da Academia, primeiro porque é importante dar apoio para aqueles que honrarão esse manto no futuro e o fato não menos importante de que talvez esse tenha sido o jogo com preço mais acessível à boa parte da torcida no ano inteiro.
Infelizmente, há também pontos ruins nesse sucesso na base, sendo o principal ver por pouco tempo o Endrick brilhar pelo profissional do Palmeiras, visto que será muito difícil que ele permaneça no Palmeiras após completar 18 anos, coisas do capital e da relação de dependência centro-periferia. Em relação à história do Endrick no Palmeiras, como diria outro jogador brasileiro que eu vi surgir numa Copinha aos 15 anos, a sensação é de saudades daquilo que ainda não vivemos.

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