No dia 02 de março de 2022, Abel Ferreira, técnico do Palmeiras chegou ao seu quarto título em 1 ano e 4 meses no comando da Comissão Técnica do Palmeiras. Sendo que desses 4 títulos, estão incluídas 2 Libertadores seguidas, um fato que só havia ocorrido para clubes brasileiros 2 vezes na história, sendo uma delas com o Santos de Pelé na década de 1960.
| Foto: Marcos Ribolli |
Mesmo assim, não será difícil
encontrar matérias que atestem que o Palmeiras venceu títulos na sorte ou então
que o Palmeiras com Abel Ferreira é um time retranqueiro. As vezes as coisas
chegam ao limite de ser mais fácil encontrar reportagens dizendo que o técnico
exagerou na comemoração do gol ao chutar um copo de água do que encontrar uma
reportagem que apresente os feitos e uma análise real de como joga esse time do
Palmeiras.
Mas não é difícil entender porque
a mídia tradicional odeia tanto o gajo. O primeiro ponto é que o fato de não
ter os dois times queridinhos da mídia como protagonistas incomoda muita gente.
Dessa forma, por definição, um técnico que deixe para trás os times da mídia já
possuem resistência natural. A prova nesse caso são comparações descabidas
entre Abel Ferreira e Jorge Jesus, até porque estamos falando de um técnico de
43 anos com duas Libertadores e uma Copa do BR e um técnico de 67 anos que
antes de desembarcar no BR possuía 3 Campeonatos Portugueses com o Benfica e um
punhado de Taças de Portugal pelo mesmo time, além de uma pelo Sporting.
Para além dessa questão, Abel
comete o maior crime do mundo para a mídia brasileira que é criticá-los, a
mídia tradicional brasileira é uma criança mimada intocável que se revolta
quando sofre críticas pela sua postura, independente de quais forem as
críticas. Eles se revoltam quando o técnico parmerista faz afirmações simples
como o futebol é coletivo e não individual, quando recebe perguntas sobre a
atuação de determinado jogador. Parece um ponto sem importância mas é
inaceitável que um jornalista esportivo pago para exercer essa profissão não
entenda isso, mas o normal nos portais esportivos é encontrar reportagens
elegendo heróis e vilões de um esporte coletivo.
Vamos a um exemplo simples da
coletividade no esporte, o gol de Deyverson na final da Libertadores de 2021, para
além do mérito do Deyverson, basta olhar a imagem para ver que o jogador
adversário tem dificuldades para sair com a bola porque os outros jogadores do
Palmeiras estão fechando as opções de passe, portanto, dada a atuação coletiva,
o Deyverson consegue pressionar o jogador, forçar o erro e roubar a bola.
Lances de gols tomados também possuem caráter coletivo e não enxergar isso é no
mínimo má vontade da mídia, para não dizer mau caratismo.
Outro ponto que incomoda a mídia,
o técnico do Palmeiras apresenta pro mundo que os comentaristas da grande
mídia, em sua maioria, não entendem de futebol. Nenhum torcedor é obrigado a
entender de variações táticas ou de ciência no futebol, mas um profissional de
jornalismo esportivo é obrigado sim, esse é o trabalho dele. Inclusive esse
tipo de análise possui um grau de objetividade que basta querer aprender, mas
esse tipo de conhecimento não é critério para se ter emprego na grande mídia, o
grande critério é saber gerar polêmicas vazias e criar desinformação.
Mas a solução para esse problema
é mais simples do que parece, a solução é simplesmente não consumir o conteúdo
da mídia tradicional ou ao menos selecionar muito bem os jornalistas a serem
lidos. Na era da informação, com uma relativa democratização da mídia a partir
da mídia alternativa e setorizada, não faltam boas opções de conteúdo focado no
Palmeiras e também não é difícil encontrar profissionais com bom conteúdo que
forneçam boas informações e análises sobre futebol de forma geral. Consumir a
grande mídia ou veículos de imprensa que possuem má vontade com as cores
palestrinas só irá aumentar os ganhos deles e funcionar como reforço positivo
para que eles continuem atuando dessa mesma forma, não precisamos da mídia
tradicional, deixemos que eles atuem como mídia focalizada de alguns times,
eles não merecem nossa audiência. Quanto mais alimentarmos esse tipo de animal,
mais forte ele ficará, é importante enfraquece-lo e valorizar a mídia
palestrina. Até porque enquanto eles bradam impropérios, mais cheia fica a sala
de troféus parmerista.
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