Betinho's day: 10 anos da Copa do BR-2012

11 de julho de 2012, próximo à meia noite, o Palmeiras sai de Curitiba simplesmente Campeão da Copa do Brasil. Olhando apenas a taça em comparação com as conquistas recentes, parece um simples evento, mas é necessário colocá-lo em perspectiva.

O elenco parmerista não contava com grandes craques, o maior estava escalado mais na lista do departamento médico que na lista dos jogos, mas é preciso valorizar os operários em um time.

Se poucos meses antes falassem que aquele time conquistaria tal título, certamente o chamariam de louco, com risco iminente de colocarem uma camisa de força em você imediatamente. Até porque esse mesmo time havia caído no Estadual para o Guarani.

Mas o futebol pode criar sua própria poesia, se os versos não saem tão bonitos, ao menos podem ser bem construídos, serem colocados em sintonia uns com os outros.

Sintonia não faltou, jogos inclusive que lavaram a alma do lado verde da cidade. Se a mídia parava pra falar que o rival ganharia sua Libertadores, o parmerista olhava a todos os momentos o site da CPTM para saber se haveria trem para voltar pra casa do jogo do Palmeiras contra o Coritiba.

Esse trem que durante poucos meses foi tão intimo do palmeirense, dado que o Palmeiras escolheu Barueri pra ser nossa casa nesse torneio. Uma jornada de 1 hora dentro do trem, seguido de caminhada, uma cidade menos comum à maioria daqueles torcedores, mas que se tornou tão familiar ao longo desses jogos.

Se no primeiro jogo da semifinal contra o Grêmio em Porto Alegre, o Palmeiras só não fez chover, no segundo jogo o que não faltou foi chuva, por todo o dia e a todo momento. Mais uma vez, era a alma palestrina, que se acostumou às intempéries do jogo, sendo lavada.

Mas ainda faltava uma última cena: a final. E foi nessa cena que quem era coadjuvante virou ator principal e candidato ao Oscar. Seja em um primeiro jogo, em que Bruno, goleiro oriundo da base parmerista e contestado a cada respiro do torcedor, parecia uma mistura de São Marcos com Oberdan Catani, simplesmente nada passaria naquela meta, mesmo com aquela dezena de chutes que vimos serem desferidos contra nós.

Mas o clímax ainda estava por vir, no segundo jogo, Couto Pereira, metade do segundo tempo. O Palmeiras havia perdido o centroavante para uma apendicite, era hora de transformar o coadjuvante em estrela, o patinho feio em cisne. E Betinho estava lá, um centroavante que até os dias atuais possui apenas 1 gol na série A do Campeonato Brasileiro, mas que possui simplesmente o gol do título da Copa do Brasil de 2012 pelo Palmeiras.

Betinho passou praticamente de assistente de palco para protagonista, mas vale ressaltar cada nome de um elenco que se não tinha técnica fez valer a camisa que ostentavam: Bruno, Artur, Maurício Ramos, Leandro Amaro, Thiago Heleno, Henrique, Juninho, Marcos Assunção, Marcio Araújo, João Vitor, Daniel Carvalho, Valdivia, Luan, Maikon Leite, Mazinho, Barcos, Betinho e ele, Felipão.

10 anos depois, todos esses jogadores ou se aposentaram ou estão em fim de carreira, mas esse título, por vezes esquecido, colocou todos esses jogadores nas paredes da história do Palmeiras e foi o primeiro título grande de uma geração inteira de parmeristas.

Comentários

Lohana disse…
Parabéns pelos 10 anos dessa conquista! Achei até curioso que, depois de dois brasileiros, duas libertadores e duas copas do Brasil conquistados nesses últimos 10 anos, você se lembre com carinho desse titulo que hoje poderia parecer desimportante. Mas todo título tem sua importância, mesmo quando se é campeão de tudo rsrs Gostei do texto :)