Luxa, a história não se apaga mas era necessário mudar

 

O mundo é dinâmico, as coisas se alteram, tudo pode se transformar, inclusive o futebol. Vanderlei Luxemburgo trouxe de volta o sorriso e a alegria para o rosto de todos parmeristas naquele 12 de junho de 1993 e colocou aquele time do Palmeiras de 93/94 como um dos maiores que o futebol brasileiro já viu. Aquele time ganhou dois Campeonatos Paulistas, dois Campeonatos Brasileiros e um Torneio Rio-SP, sendo que desses cinco títulos conquistados, 4 foram em finais disputadas contra o maior rival. Voltou em 1996 e não fez por menos, apesar do pouco tempo montou um dos ataques mais geniais e eficientes com o famoso time dos 100 gols do Paulista de 1996.

Nessa época ninguém no Brasil era maior que o Luxemburgo na beira do campo, onde ele pisava se tornava pelo menos Campeão Brasileiro. O sucesso continuou na primeira parte da década seguinte mas não com nossa camisa, apesar do título do Paulista de 2008 que mais uma vez trouxe certa redenção, especialmente naquela semifinal contra o São Paulo dentro do saudoso Palestra Itália.

Após esse período o futebol mudou muito, o talento individual deu lugar à táticas elaboradas, números complexos para explicar disposição do time em campo, nomes novos para posições dentro de campo que existem há mais de 100 anos. Mudou também o perfil dos jogadores, que além de jogar futebol, são agentes comerciais, vidrados em redes sociais e que nem sempre sabem usá-las da melhor maneira.

O Professor Luxemburgo não mostrou capacidade de adaptação a essas mudanças no futebol e isso se reflete nos seus trabalhos nessa década e também no trabalho à frente do Palmeiras de 2020. Florida Cup é treino, não é campeonato, mas sem dúvidas voltar a vencer uma final sobre o rival é um mérito que levamos em conta, mas não é suficiente, precisamos de mais e infelizmente não será você que pode nos entregar isso.

O lugar de Luxemburgo na história do Palmeiras é eterno, ficará marcado por todos os títulos que conquistou e por ser tão genial durante a década de 1990. Foi injusto imputar no Luxa a responsabilidade de dar padrão de jogo moderno a esse time do Palmeiras. Glórias do passado não garantem glórias no futuro mas percalços na história acontecem e as próximas gerações de parmeristas serão ensinadas sobre as glórias que Luxemburgo deixou, porque a história não depende de 4-1-4-1, extremos, jogadores que flutuam à frente da área, em suma, a modernidade não apagará tudo aquilo que o Luxemburgo já fez ostentando as cores do Palestra.

Comentários

Lohana disse…
Muito bom e pertinente o seu texto. Hoje os palmeirenses acordaram felizes pela demissão daquele mesmo treinador que tantas vezes contribuiu, no passado, para deixá-los ainda mais felizes. O passado importa muito no futebol, mas passado e presente não se misturam, e para escrever um futuro glorioso é preciso se adaptar, como você mesmo falou. Alguns conseguiram, como Felipão, mas acredito que ele seja uma exceção. Tchau, Luxa, e rumo ao título!
Kio disse…
O que eu nao entendo é como uma equipe que quer ser competitiva e almeja conquistar um título importante, como é o da Serie A, contrata o VL. Você enalteceu o trabalho dele no milênio passado, o que todo mundo que acompanha futebol terá que concordar já que naqueles tempos o Luxa foi mesmo o melhor treinador do Brasil, quiçá do Mundo, tendo inclusive sido contratado pelo Real Madrid dos galáticos. A torcida palmerense deve estar aliviada agora.